sábado, 12 de setembro de 2009

CAMINHANDO À BEIRA DO CAIS



MERETRIZES

Arlene Miranda

No silêncio cruel do cais do porto,
Onde monstros marinhos se escondiam,
Mariposas desnudas se exibiam
Para vadios bêbados absortos.

Com gemidos de dor, tristes, profundos,
Perdidas nesta vida tão vazia,
Meretrizes, envoltas em agonia,
Andavam pelo cais dos vagabundos.

Seus sonhos já então adormecidos
São quimeras que a vida destruiu,
Outrora sonhos dourados bem vividos.

Enflorando o passado, pobres loucas,
Tristes, um dia alguém as descobriu,
Jogando fel no côncavo da boca.

2 comentários:

Valderez de Barros disse...

Querida Arlene!
Belíssimo e emocionante este soneto, onde pintas em cores esmaecidas, os sonhos destroçados das mariposas da vida.
Como sempre, a suavidade e ternura da tua alma, tocou a minha.
Um abraço pleno de carinho e de saudade!!!

Anônimo disse...

Valderez, minha querida, nada pode ser mais triste do que o olhar perdido de uma meretriz contemplando o mar. Eu tenho por essas pobres mariposas uma simpatia inexplicável. Foi graças a essa admiração que lhes dediquei este soneto, que vc, generosamente, elogiou. Obrigada! Um beijo da amiga Arlene.