E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
domingo, 30 de novembro de 2008
JÓIA DE BANDEIRA
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
PROFESSOR E POETA
FALANDO DE AMOR
O AMOR
Bartolomeu Miranda
O amor é uma sentença de paixão
que enlaça a alma desejosa, avidamente,
e ao mesmo tempo alegra o coração
numa expectativa plena de felicidade.
Os desmandos da vida são frutos
de um caminho percorrido às avessas
atravès do qual os homens se toram brutos,
alienados e, inconcebivelmente, sem amor.
O amor fortalece o âmago e dá força
àqueles que vivem com esperança e todo ardor
de um dia conseguir, de uma vez por toda,
alguém que lhe complete a alma.
A força de Deus está representada no amor pleno,
e é ele que nos conduz, faz
e nos sustenta em direção ao Templo
para que vivamos tranquilamente em Paz.
domingo, 23 de novembro de 2008
"QUEM FOR PODRE QUE SE QUEBRE"
O ex-Professor da UFAL e compositor Benedito Pontes escreveu: "Queridos amigos! Baile de Carnaval em dezembro? Algumas pessoas estão me perguntando! Vejam bem, esse baile deve ter, como de fato tem, uma conotação de reencontrarmos nossa identidade carnavalesca. Acho até que estamos atrasados, visto que centros carnavalescos como Salvador, Rio de Janeiro etc. começam a planejar o carnaval já na quarta-feira de cinzas. Para termos um bom e competitivo carnaval, só é possível com um bom e inteligente planejamento. Por outro lado, no baile estarei lançando um CD com nove frevos, duas marchas-rancho e quatro sambas. Músicas genuinamente compostas por alagoano. E mais, que tal um REVEILLON com esses frevos sabor sururu de capote? Conto com o apoio de toda a sociedade alagoana e principalmente com meus amigos, se de fato acharem que esse tema é importante para a movimentação turística e da economia do nosso estado, gerando emprego e inclusão social através da música. Tudo isso sem jamais nos afastarmos de nossa formação cristã! ALEGRIA GENUINA PARA TODOS! QUEM SOMOS NÓS SEM OS NOSSOS AMIGOS? Esse CD está vinculado ao projeto de minha autoria: "Maceió mostra a sua cara!" Abraços fraternos. Benedito Pontes.
domingo, 16 de novembro de 2008
UMA ROSA ENTRE ROSAS
VIVA AS MULHERES
"Eu quis fazer um poema,
Cantar em verso a mulher,
Mas veja só o meu dilema,
Meu tormento e agonia:
Como fazer um poema
Para a própria poesia?"
Antônio Manuel A. Sardenberg
Antônio Manuel Abreu Sardenberg é poeta de grande inspiração. Nasceu em Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, mas reside em São Fedélis, cidade da qual é cidadão honorário, por título concedido pela Câmara Municipal. É Advogado Civilista e Consultor Jurídico.
domingo, 9 de novembro de 2008
TERNURA ANTIGA
APENAS UMA LEMBRANÇA
O RETRATO
Arlene Miranda
No velho album, em página desbotada,
Um rosto antigo, de feição saudosa,
Me traz uma lembrança angustiada
Colada em velha folha lacrimosa.
É nesse album que reencontro então
O antigo olhar, outrora apaixonado,
Que me acariciou o coração
E me alegrou os dias no passado.
Hoje choro, tristonha e comovida,
Relembrando o amor de minha vida,
O que, um dia, eu vi cair por terra.
Recordando a figura desse ingrato,
Meu desejo é rasgar o seu retrato
Que o velho album, indiferente, encerra.
A MAIS BELA PRAIA DO BRASIL
SAUDANDO O COQUEIRO TORTO
GOGÓ DA EMA
Arlene Miranda
Gogó da Ema
Coqueiro torto
Que inspirou poemas
Do poeta morto.
Era ele o símbolo
De nossa Alagoas
Em praia bonita
Rival das lagoas.
Apesar de torto
Era o preferido
Dos nossos poetas
De sonhos perdidos.
Um dia tombou
Diante do mar
E com sua morte
Nos pôs a chorar.
Sob suas palhas
Muito se vibrou
E se multiplicou a vida
Na exaltação do amor.
- Descanse coqueiro
De minha devoção
Quero guardá-lo vivo
No meu coração.
domingo, 2 de novembro de 2008
INCENTIVO À CULTURA
Maceió se ressentia da falta de um programa de incentivo à cultura alagoana. Mas, graças à sensibilidade e visão de Afrânio Godoy, diretor da Rádio Difusora de Alagoas, essa lacuna foi preenchida com a criação do excelente programa "Alagoas, Frente & Verso", que vai ao ar, naquela emissora, todos os sábados, no horário de 9 ao meio dia, sob o comando do competente jornalista paulista João Marcos Carvalho (foto). Por seus microfones já passaram os nomes mais expressivos da cultura de Alagoas, como os poetas Jucá Santos, Cavalcanti Barros, José Reinaldo de Melo Paes, Paulino Vergetti, Puresa Amorim, Rosiane Rodrigues, Emmanuel Fay, Aydete Vianna; escritores José Alberto Costa, Carlito Lima, Douglas Apratto, Gal Monteiro, Mendonça Neto, o músico Félix Baygon, o compositor Benedito Pontes, os cantores Nivaldo Valença, Madalena Oliveira e muitos outros nomes importante da cultura de nosso Estado. Parabéns ao diretor Afrânio Godoy, ao amigo João Marcos e a todos que compõem a equipe da Difusora por esse programa tão importante e tão maravilhoso.
O POETA DO ABSURDO
NO SILÊNCIO DO TÚMULO
SONETO
Augusto dos Anjos
N'augusta solidão dos cemitérios,
Resvalando nas sombras dos ciprestes,
Passam meus sonhos sepultados nestes
Brancos sepulcros, pálidos, funéreos.
São minhas crenças divinais, ardentes,
- Alvos fantasmas pelos merencórios
Túmulos tristes, soturnais, silentes,
Hoje rolando nos umbrais marmóreos.
Quando da vida, no eternal soluço,
Eu choro e gemo e triste me debruço
Na laje fria dos meus sonhos pulcros.
Desliza então a lúgubre coorte.
E rompe a orquestra sepulcral da morte,
Quebrando a paz suprema dos sepulcros.
UMA CHAMA SEMPRE ACESA
LUCIDEZ
O SÍMBOLO DE UM GRITO
DESABAFO
sábado, 1 de novembro de 2008
PESSOA, SEMPRE PESSOA
SÚBITA MÃO DE ALGUM
FANTASMA OCULTO
Fernando Pessoa
Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.
Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem maneio e sem insulto.
E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão noturna que me guia.
Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra
E em nada existo como a treva fria.
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