domingo, 30 de novembro de 2008

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

JÓIA DE BANDEIRA


VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção
Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar


E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der

Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

PROFESSOR E POETA


José Bartolomeu Miranda

Cavalcanti, professor de

Economia do CESMAC e

autor do lindo poema abai-

xo, uma louvável estréia.

FALANDO DE AMOR


O AMOR

Bartolomeu Miranda

O amor é uma sentença de paixão

que enlaça a alma desejosa, avidamente,

e ao mesmo tempo alegra o coração
numa expectativa plena de felicidade.

Os desmandos da vida são frutos
de um caminho percorrido às avessas

atravès do qual os homens se toram brutos,

alienados e, inconcebivelmente, sem amor.

O amor fortalece o âmago e dá força
àqueles que vivem com esperança e todo ardor
de um dia conseguir, de uma vez por toda,

alguém que lhe complete a alma.

A força de Deus está representada no amor pleno,

e é ele que nos conduz, faz
e nos sustenta em direção ao Templo

para que vivamos tranquilamente em Paz.

domingo, 23 de novembro de 2008

"QUEM FOR PODRE QUE SE QUEBRE"


O ex-Professor da UFAL e compositor Benedito Pontes escreveu: "Queridos amigos! Baile de Carnaval em dezembro? Algumas pessoas estão me perguntando! Vejam bem, esse baile deve ter, como de fato tem, uma conotação de reencontrarmos nossa identidade carnavalesca. Acho até que estamos atrasados, visto que centros carnavalescos como Salvador, Rio de Janeiro etc. começam a planejar o carnaval já na quarta-feira de cinzas. Para termos um bom e competitivo carnaval, só é possível com um bom e inteligente planejamento. Por outro lado, no baile estarei lançando um CD com nove frevos, duas marchas-rancho e quatro sambas. Músicas genuinamente compostas por alagoano. E mais, que tal um REVEILLON com esses frevos sabor sururu de capote? Conto com o apoio de toda a sociedade alagoana e principalmente com meus amigos, se de fato acharem que esse tema é importante para a movimentação turística e da economia do nosso estado, gerando emprego e inclusão social através da música. Tudo isso sem jamais nos afastarmos de nossa formação cristã! ALEGRIA GENUINA PARA TODOS! QUEM SOMOS NÓS SEM OS NOSSOS AMIGOS? Esse CD está vinculado ao projeto de minha autoria: "Maceió mostra a sua cara!" Abraços fraternos. Benedito Pontes.

domingo, 16 de novembro de 2008

EU PASSARINHO


"Todos esses que aí estão
atravessando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho"


Mário Quintana

UMA ROSA ENTRE ROSAS



A mulher é como uma flor

que deve ser cultivada to-

dos os dias. É a ela que se

deve a continuação da vi-

da. (Autor desconhecido)

VIVA AS MULHERES


"Eu quis fazer um poema,
Cantar em verso a mulher,
Mas veja só o meu dilema,
Meu tormento e agonia:
Como fazer um poema

Para a própria poesia?"


Antônio Manuel A. Sardenberg

Antônio Manuel Abreu Sardenberg é poeta de grande inspiração. Nasceu em Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro, mas reside em São Fedélis, cidade da qual é cidadão honorário, por título concedido pela Câmara Municipal. É Advogado Civilista e Consultor Jurídico.

domingo, 9 de novembro de 2008

TERNURA ANTIGA


No diário, há muito esquecido,
são guardadas as lembranças
mais queridas: datas, frases
de amor e as confisões mais
enternecedoras. Ele é o confi-
dente fiel, que não deixa que
caia no esquecimento as mais
ternas recordações.

APENAS UMA LEMBRANÇA


O RETRATO
Arlene Miranda

No velho album, em página desbotada,
Um rosto antigo, de feição saudosa,
Me traz uma lembrança angustiada
Colada em velha folha lacrimosa.

É nesse album que reencontro então
O antigo olhar, outrora apaixonado,
Que me acariciou o coração
E me alegrou os dias no passado.

Hoje choro, tristonha e comovida,
Relembrando o amor de minha vida,
O que, um dia, eu vi cair por terra.

Recordando a figura desse ingrato,
Meu desejo é rasgar o seu retrato
Que o velho album, indiferente, encerra.

A MAIS BELA PRAIA DO BRASIL

"Pajuçara, onde o mar beija as areias
Com mas alma e mais amor.
Pajuçara, lindo berço de sereias
Que nos deu o Criador.
Pajuçara, que refletes o sorriso
Do teu coqueiral em flor,
Tens uma beleza rara,
Pajuçara!"
Aldemar Paiva

SAUDANDO O COQUEIRO TORTO


GOGÓ DA EMA
Arlene Miranda

Gogó da Ema
Coqueiro torto
Que inspirou poemas
Do poeta morto.

Era ele o símbolo
De nossa Alagoas
Em praia bonita
Rival das lagoas.

Apesar de torto
Era o preferido
Dos nossos poetas
De sonhos perdidos.

Um dia tombou
Diante do mar
E com sua morte
Nos pôs a chorar.

Sob suas palhas
Muito se vibrou
E se multiplicou a vida
Na exaltação do amor.

- Descanse coqueiro
De minha devoção
Quero guardá-lo vivo
No meu coração.




domingo, 2 de novembro de 2008

EXALTAÇÃO AO AMOR


"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o Céu em harmonia" - William Shakespeare.

INCENTIVO À CULTURA

Maceió se ressentia da falta de um programa de incentivo à cultura alagoana. Mas, graças à sensibilidade e visão de Afrânio Godoy, diretor da Rádio Difusora de Alagoas, essa lacuna foi preenchida com a criação do excelente programa "Alagoas, Frente & Verso", que vai ao ar, naquela emissora, todos os sábados, no horário de 9 ao meio dia, sob o comando do competente jornalista paulista João Marcos Carvalho (foto). Por seus microfones já passaram os nomes mais expressivos da cultura de Alagoas, como os poetas Jucá Santos, Cavalcanti Barros, José Reinaldo de Melo Paes, Paulino Vergetti, Puresa Amorim, Rosiane Rodrigues, Emmanuel Fay, Aydete Vianna; escritores José Alberto Costa, Carlito Lima, Douglas Apratto, Gal Monteiro, Mendonça Neto, o músico Félix Baygon, o compositor Benedito Pontes, os cantores Nivaldo Valença, Madalena Oliveira e muitos outros nomes importante da cultura de nosso Estado. Parabéns ao diretor Afrânio Godoy, ao amigo João Marcos e a todos que compõem a equipe da Difusora por esse programa tão importante e tão maravilhoso.

O POETA DO ABSURDO


Augusto dos Anjos pode ser considerado o poeta do absurdo. Sempre voltado para as coisas do além, ele nos mostra a fria realidade da morte. Nem por isso, deixa de ser um grande poeta, com temas realistas e crus, mas de grande profundidade. Homenageio aqui o poeta.

NO SILÊNCIO DO TÚMULO




SONETO
Augusto dos Anjos

N'augusta solidão dos cemitérios,
Resvalando nas sombras dos ciprestes,
Passam meus sonhos sepultados nestes
Brancos sepulcros, pálidos, funéreos.

São minhas crenças divinais, ardentes,
- Alvos fantasmas pelos merencórios
Túmulos tristes, soturnais, silentes,
Hoje rolando nos umbrais marmóreos.

Quando da vida, no eternal soluço,
Eu choro e gemo e triste me debruço
Na laje fria dos meus sonhos pulcros.

Desliza então a lúgubre coorte.
E rompe a orquestra sepulcral da morte,
Quebrando a paz suprema dos sepulcros.


UMA CHAMA SEMPRE ACESA





A vela simboliza a luz que
ilumina a mente dos pen-
sadores. Eles que, com as
suas inteligências, nos in-
sinam a verdade das coi-
sas.

LUCIDEZ


"Há sempre um pouco de loucura no amor, porém há sempre um pouco de razão na loucura." - Frederick Nietzsche

O SÍMBOLO DE UM GRITO




Foi, provavelmente, numa folha de
papel igual a essa que Rui Barbosa
escreveu a célebre frase abaixo, um
grito de revolta contra as injustiças
sociais. Essa folha é, portanto, o sím-
bolo dessa página e desse grito.

DESABAFO


"De tanto ver triunfar as nulidades,

De tanto ver prosperar a desonha,

De tanto ver crescer a injustiça,

De tanto ver agigantarem-se os poderes

nas mãos dos máus,

o homem chega a desanimar da virtude,

a rir-se da honra,

a ter vergonha de ser honesto"

Rui Barbosa

sábado, 1 de novembro de 2008

PESSOA, SEMPRE PESSOA


SÚBITA MÃO DE ALGUM
FANTASMA OCULTO
Fernando Pessoa

Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.

Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem maneio e sem insulto.

E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão noturna que me guia.

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra
E em nada existo como a treva fria.