terça-feira, 7 de outubro de 2008

ESTE FOI O PRIMEIRO, AOS 15 ANOS


O PALHAÇO
Arlene Miranda

Rodopiando no meio da multidão,
Triste, o palhaço chora a dor que existe,
Enquanto no peito sangra o coração,
Indiferente à turba que o assiste.

Ali, causando tanta gargalhada,
À mente a filha lhe aparece morta.
Em meio às flores alvas mergulhada,
Era ela a causa de tanta cambalhota.

E o palhaço ri, enquanto a alma chora,
E o palhaço chora, enquanto o rosto ri,
Guardando forte o pranto que em si mora,
Sorrindo ao povo pra poder fingir.
.
E o palhaço sofre e o palhaço ri,
Fazendo do riso o pranto que o murchara,
Fazendo do pranto o riso que gargalha...

E o palhaço chora e o palhaço ri,
Revendo a filha que repousa inerme,
Ao ser lançada aos enfurecidos vermes!
.
E o palhaço chora e o palhaço ri!


3 comentários:

Anônimo disse...

Conheço este "Palhaço" desde os tempos do Suplemento Literário da Gazeta de Alagoas, editado pelo poeta Carlos Moliterno, que depois seria presidente da Academia Alagoana de Letras. Portanto, por ser tão bom, apesar da adolescência da autora, ele é de longo fôlego e irá sobreviver a todos nós. Parabéns.
Zealberto

Anônimo disse...

Bom dia cara ARlene,

Existe algo mais representativo das emoções que um palhaço?
Eu também os adoro,talvez por representar tudo que existe dentro de nós e sorrindo com a tristeza.
Lindo! Parabéns!
Um grande beijo,
Lys

Arlene disse...

Queridos amigos Zé Alberto e Lys, fiquei feliz e agradecida por tão carinhosos comentários. Realmente, Zé, vc conheceu esse palhaço desde que o seu sorriso foi exposto nas páginas do Suplemento Literário da Gazeta. Quanto a vc Lys, concordo plenamente com sua opinião. O palhaço é a figura mais triste e mais doce que já vi. Eu o amo e guardo dele ótimas lembranças. Recebam meu carinho. Arlene.