quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

NO SILÊNCIO DA ESTAÇÃO


A ESTAÇÃO ABANDONADA
Arlene Miranda

Na estação silente, abandonada,
Muitos sonhos de amor desembarcaram.
Recebendo do vento as baforadas,

Velhos amantes, de emoção, choraram.

Abrasados de ardor, ali saltaram,

Sem destino, sem rumo, a procurar
O prometido amor com que sonharam,

O coração ardente a palpitar.


Mas, ao desembarcarem, a realidade:
À frente deles, tão cruel saudade
Os abalou ao verem as coisas mortas...


Em silêncio, chorando, almas loucas,
Sentiram amargo fel em suas bocas,

Enquanto a estação cerrava as portas.

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