segunda-feira, 13 de outubro de 2008

LEMBRANDO O GRANDE POETA


O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Jorge de Lima

Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
parodiar o sonho e associar-se à lua,
quando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
outros mais a acender, imperturbavelmente,
à medida que a noite aos poucos se acentua
e a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
- Ele que doura a noite e ilumina a cidade,
talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
crenças, religiões, amor, felicidade,
como este acendedor de lampiões de rua!

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