segunda-feira, 23 de março de 2009

TRIBUTO AO GRANDE POETA ALAGOANO




A NOITE REINVENTADA
Francisco Valois

A NOITE se reinventa e a lua tece,
na transparência azul do céu tarjado,
a lírica canção de amor que, em prece,
o vento me segreda. Deslumbrado,

No olhar retenho a rosa que floresce
na quietude do campo serenado
e sugere um veleiro que alvorece,
na solidão do porto abandonado:

e nessa solidão que o porto habita,
onde a maré vazante não se agita,
exila-se a saudade primitiva:

- o gesto de um adeus acontecido
remanesce no olhar entardecido
como sombra lunática, opressiva.

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