sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A IMPRENSA ALAGOANA ESTÁ DE LUTO
Meu coração está de luto. Morreu em Fortaleza, na última segunda-feira (7), o jornalista alagoano José Rodrigues de Gouveia, mestre de muitas gerações do jornalismo de Alagoas. A imprensa de nosso Estado está de luto, e eu mais ainda, pois perdi, não só meu mestre, mas um grande e querido amigo, quase um pai. Gouveia foi uma referência, não só como excelente jornalista, mas como alguém que amava a vida, a família, os amigos, a profissão, à qual dedicou grande parte de seus dias. Grande incentivador dos iniciantes, ajudou muitos talentos a encontrar o seu caminho, passando a todos lições de altruismo e perseverança. Tratava os "focas" com a maior respeito e os ensinava a fazer um bom jornalismo, com admirável paciência. Alma boníssima, carinhoso, amável com todos que dele se acercavam, o Gô sempre foi muito querido por seus "discípulos". Eu, particularmente, o amava como a um verdadeiro pai. Inteligente e carismático, além de jornalista, era também poeta. É dele o soneto que transcrevo abaixo:
MULHER SEM DONO
Mulher sem dono, triste e amargurada,
Que curte, rindo, o mal sem ser sem sorte,
Sublime mariposa, desgraçada,
Sem um afeto puro que a conforte.
Atrás dessa mulher ficou um nada,
Enrijecido pela fria morte,
Um sonho de mocinha apaixonada,
Que lhe traçou estranho e negro norte.
No lodaçal do vício peçonhento,
Chorosa a nos contar o seu tormento,
Vegeta espezinhada a bela flor.
Quando a vires, amigo, te aconselho,
Veja nessa mulher vulgar espelho:
Quer dinheiro, mas quer também amor.
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