segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

ÁRVORE SECULAR


A ÁRVORE
Arlene Miranda


Altiva, em meu jardim, cheia de encanto,

Diversas vezes me escutou o pranto.
Protegendo os meus passos pela vida,

Tornou-se a minha jóia mais querida.

Já secular, no meu jardim erguida,

Sua velha folhagem resplendente,

Sente o calor do sol, envaidecida,
Orgulhosa do porte imponente.

Anos e anos ela me viu brincar,
Correr, suar, subindo nos seus galhos.

Peripécias da vida a enfrentar,
Encurtando, feliz, os seus atalhos.


Mas a modernidade impiedosa,

Sem compaixão, cortou pela raiz
A árvore fiel, bela, frondosa,

Deixando-me, assim, tão infeliz.


No seu lugar, um arranha-céu erguido
Roubou de mim o encanto da paisagem.
Da árvore restou, no vão despido,

O cheiro perfumado da folhagem.

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